Relacionamentos: A intrigante “síndrome do guppy” – Mundo Gump

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Há muito se nota, de forma não científica, que certas mulheres tendem a mostrar um leve interesse por homens que já são desejados por outras. Isso é chamado de “efeito da aliança de casamento”, e existem várias teorias para explicar esse fenômeno.

Alguns acham que a aliança indica que o homem é “seguro”, ou seja, bom para um flerte sem compromisso; já que está “preso” num outro relacionamento.  Outros acreditam que o anel sugere que ele foi aprovado por outra mulher.

Também existe a chance de que esse aumento no interesse feminino seja apenas uma ilusão, uma maneira de o homem casado se convencer de que ainda é atraente.

Esse tipo de questionamento filosófico é antigo, mas a resposta pode estar em um exemplo do reino animal, especificamente em um fenômeno conhecido como “síndrome do guppy”.

Síndrome do Guppy

Este termo vem de um estudo com guppies, onde foi observado que as fêmeas tendem a escolher parceiros que já foram escolhidos por outras.

Em um experimento, guppies machos e fêmeas foram colocados juntos e, apesar de serem muito similares entre si, alguns machos eram mais escolhidos que outros.

Em 1996, pesquisadores descobriram que as fêmeas preferiam machos menos coloridos mas que eram vistos acasalando, em vez de machos mais coloridos, embora solitários.

Isso levou à teoria de que as fêmeas talvez vejam no acasalamento anterior uma prova de que o macho possui qualidades ocultas, tornando-o um parceiro melhor.

Essa “cópia de escolha de parceiro” é observada em várias espécies e levanta a questão: será que de alguma forma os seres humanos se comportam de forma semelhante? A analogia chega até a dinâmica de bares e baladas, onde alguns homens parecem receber mais atenção por parte das mulheres e isso não está diretamente atrelado à beleza, mas a comparação para por aí. Tentativas de replicar a síndrome do guppy em humanos esbarram em questões éticas, e ninguém parece disposto a testar isso em um ambiente controlado.

Um estudo mais leve tentou observar se homens abordavam mais uma mulher em um bar quando ela usava aliança de casamento, mas não encontrou diferenças significativas. Outra pesquisa usando fotografias, mostrou que mulheres preferem homens que parecem receber atenção positiva de outras mulheres.

Isso sugere que, talvez, tenhamos um pouco de guppy em nossa natureza, embora seja difícil quantificar.

Até o momento, não há muito uso prático dessa informação, mas não deixa de ser interessante.  Ela parece, pelo menos no aspecto da Biologia, contradizer o ditado que diz: “antes só do que mal acompanhado”.