A companhia Panacéia traz aos palcos de Salvador, como parte do projeto Mulheres na História e Histórias da Cidade, a trajetória inédita e cheia de força de Filipa de Souza, a primeira mulher condenada pela Inquisição na Bahia, acusada de “sodomia”. Filipa, segundo documentação histórica, assume que se relacionou, afetiva e sexualmente, com diversas mulheres e arca com as consequências: é humilhada, açoitada publicamente e degredada. O espetáculo Filipa, solo da atriz Camila Guilera com direção de Elisa Mendes, tem apresentação gratuita nesta sexta (10) e sábado (11), no Espaço Cultural Boca de Brasa Subúrbio 360.
O registro que nos faz conhecê-la é o processo Nº 1267 guardado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, Portugal e intitulado “Processo de Felipa de Sousa cristã velha presa no cárcere do Sancto Officio”. Durante o mesmo período outras 29 mulheres foram acusadas do mesmo pecado: relacionamento com outras mulheres. Destas, sete foram também julgadas pela Inquisição e punidas, mas a sentença mais severa foi contra FIlipa, na data de 26 de janeiro de 1592, pois esta se negou a delatar outras mulheres ou se dizer arrependida.
Como explica Camila Guilera, que dá vida à personagem: “Não sabemos nada mais sobre seu paradeiro após ser expulsa de Salvador, por isso, escolhemos o teatro para recriar a vida dessa personagem que tanto nos instiga, dando vazão a seus anseios e pensamentos”.
O espetáculo Filipa fica em cartaz todo mês de maio, com estreia no Espaço Cultural Boca de Brasa Subúrbio 360, na sexta (10) e sábado (11), às 19h e 16h, respectivamente, com entrada gratuita.
As apresentações seguem para Sala do Coro do Teatro Castro Alves, nos dias 18, 19, 25 e 26 de maio sempre às 20h, com ingressos de R$ 30 / R$ 15. A temporada termina no Espaço Boca de Brasa Cajazeiras nos dias 31 de maio e 1 de junho às 19h com o valor R$ 20 / R$ 10.
[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/