Não pode comer açúcar? Veja 9 mitos e verdades sobre diabetes

Saúde

Síndrome metabólica causada por diferentes fatores, a diabetes é caracterizada pela hiperglicemia crônica, nada menos do que o aumento dos níveis de açúcar no sangue, e se desenvolve por meio de fatores genéticos, biológicos e ambientais.Segundo dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023, Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, a diabetes atinge 10,2% da população brasileira. O país ainda faz parte da quinta posição no ranking global de maior incidência da doença, possuindo 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos). O Brasil fica atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.Marcela Rassi, médica endocrinologista integrante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, lista alguns mitos e verdades sobre a doença. Confira! Mito. “Muitos creditam o desenvolvimento do diabetes ao consumo excessivo de açúcar, mas a realidade é que, embora a alimentação inadequada seja um fator de risco expressivo, diabetes é uma condição complexa que pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo genética, estilo de vida e história médica pessoal”, ressalta Marcela Rassi.Segundo a profissional o consumo excessivo de açúcar pode sim contribuir para o desenvolvimento da diabetes tipo 2, especialmente quando combinada com outros fatores de risco, como obesidade e falta de atividade física.“A diabetes tipo 1, por exemplo, é uma condição autoimune em que o corpo ataca as células produtoras de insulina, não tendo relação direta com a ingestão de açúcar”, complementa a profissional.Mito. “A diabetes tipo 2 está fortemente ligada à obesidade e excesso de peso, mas pessoas com peso dentro do considerado normal também podem desenvolvê-lo. Fatores genéticos e estilo de vida desempenham um papel significativo”, explica a endocrinologista.Verdade. “A mudança dos hábitos, especialmente as que estão ligadas à alimentação e atividade física regular, bem como a manutenção de um peso saudável são medidas altamente eficazes na prevenção e controle do diabetes tipo 2”, aponta Marcela.Mito. Segundo Marcela, muito pelo contrário. “Por conta dos maus hábitos cada vez mais presentes no estilo de vida atual, a diabetes tipo 2 é um diagnóstico que vem crescendo entre crianças e adolescentes. Diabetes tipo 1, particularmente, já é bastante comum em jovens”, explica.Verdade. “Pacientes com diabetes precisam ter maior atenção à saúde bucal, pois estão mais propensos ao desenvolvimento de gengivite e periodontite”, ressalta a endocrinologista.Mito. “Pessoas com diabetes podem e devem consumir carboidratos como parte de uma dieta equilibrada. Os carboidratos são uma fonte importante de energia para o corpo, e é essencial incluí-los na alimentação, mesmo para quem tem diabetes. No entanto, é preciso fazer escolhas inteligentes, optando por carboidratos saudáveis, como grãos integrais, frutas, legumes e leguminosas, em vez de carboidratos refinados, como açúcares e farinhas brancas”, explica Marcela.“Esses alimentos fornecem nutrientes essenciais, fibras e uma liberação gradual de açúcar no sangue, o que ajuda a manter os níveis de glicose estáveis”, complementa ela.A profissional ainda ressalta que é fundamental buscar um profissional da saúde para orientar o paciente com diabetes nas quantidades certas de carboidratos a serem consumidos.Verdade. “O controle inadequado de diabetes pode, sim, causar danos aos rins. Diabetes sem controle aumenta o risco de insuficiência renal e pode levar à necessidade de diálise”, ressalta a endocrinologista.Mito. “Pessoas com diabetes podem consumir açúcar, mas precisam monitorar sua ingestão e equilibrá-la dentro de uma dieta saudável e equilibrada”, diz Marcela. Segundo a médica, a chave está no controle da quantidade e na escolha de opções mais saudáveis.“Além disso, é importante considerar o impacto do açúcar na glicemia e ajustar a dose de medicamentos, como insulina, conforme necessário”, ressalta.Ainda em estudo. Em estudos já publicados, a ingestão de carne vermelha tem sido associada a um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. Porém, como explica Marcela, tais estudos mostram apenas uma associação entre a quantidade de carne vermelha ingerida e o risco de desenvolver a doença.“Estes estudos baseiam-se em pessoas que relataram com precisão o que comeram ao longo de um ano. Mas é preciso considerar outros fatores, como o estilo de vida geral, nível de atividade física, peso corporal, padrão alimentar e fatores genéticos, que também desempenham um papel significativo no desenvolvimento do diabetes”, ressalta ela.“Enquanto não temos esta resposta, o que sabemos é que diferentes pesquisas levantam preocupações sobre a ingestão excessiva de carne vermelha e sugerem que as mudanças na dieta podem ter um impacto positivo. Estudos sugerem que trocar apenas uma porção de carne vermelha por dia por outras fontes de proteína como nozes, legumes e laticínios pode reduzir o risco da doença”, conclui a profissional.

[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/