Com a proximidade da Páscoa, celebrada no próximo domingo (31), os questionamentos sobre os efeitos do chocolate na pele ganham força total. Afinal, o alimento é, de fato, um grande grande vilão que potencializa o surgimento de espinhas?Antes de mais nada, Lucas Miranda, médico dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que acne e espinha referem-se ao mesmo problema de pele.“Enquanto ‘acne’ é termo científico, ‘espinha’ é mais usado na linguagem popular. Ambos, no entanto, descrevem as lesões causadas por um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilosos“, conta à CNN.Segundo o especialista, a relação entre o consumo de chocolate e o surgimento de acne ainda não está bem estabelecida.“Acredita-se que alterações hormonais, certos medicamentos, estresse e fatores diabéticos, como produtos lácteos e alimentos ricos em carboidratos refinados, podem influenciar a acne”, afirma.Já a dermatologista Paula Talvares Colpas, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, afirma que tudo não passa de mito.“Na verdade, o chocolate em si não provoca acne, mas o consumo de alimentos de hiperglicêmicos (açúcares) e gordurosos. No caso, o leite e o açúcar envolvidos na produção dos chocolates ao leite e branco, causam o aumento da produção de sebo na pele, proporcionando uma inflamação no organismo”, diz.Enquanto isso, Lucas aponta que, com moderação e diante de uma dieta balanceada, os riscos envolvidos com a ingestão de chocolates são perfeitamente controlados.As causas, conforme assegura o profissional, incluem alterações hormonais, especialmente durante a puberdade, gravidez e o uso de certos medicamentos.“Fatores como estresse, tocar o rosto frequentemente, suor excessivo, uso de produtos oleosos e exposição a certos óleos e produtos químicos podem também desencadear ou agravar a condição”, explica.Paula conta que os alimentos que levam farinha branca, um carboidrato simples, e açúcar, possuem alto índice glicêmico, causando um pico de glicose no organismo, desencadeando na produção maior de sebo, causando as espinhas.“A recomendação é de moderar o consumo de alimentos ricos em açúcar e gordura, e trocar carboidratos simples por integrais”, indica.Sobre a predisposição de algumas pessoas, Lucas explica que isso pode ocorrer devido a fatores genéticos que influenciam a produção de sebo na pele, bem como a sensibilidade às alterações hormonais.“Indivíduos com pele oleosa ou com histórico familiar de acne tendem a ter uma predisposição maior”, entrega.O tratamento varia conforme a gravidade e pode incluir terapias locais e orais, combinando produtos com ácido salicílico, peróxido de benzoíla, retinoides, antibióticos e, em casos mais severos, isotretinoína oral.“Evitar manipular as lesões e usar cosméticos adequados também são práticas recomendadas. Intervenções médicas podem ser necessárias para casos mais graves”, finaliza o profissional. Leia Mais
