Bênção de Páscoa: Papa Francisco pede paz e diz que toda guerra é absurda

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Diante de mais de 60 mil fiéis que se reuniram na Praça São Pedro, o Papa Francisco fez um apelo por paz e união entre povos e países e o fim dos conflitos armados em todo o mundo durante sua benção tradicional após a missa de Páscoa no Vaticano.

Na cerimônia com participação de mais de 350 cardeais, o pontífice pediu que seja garantido o acesso da ajuda humanitária a Gaza e a pronta libertação dos reféns sequestrados pelos Hamas, além de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

Ele ainda afirmou que a guerra por qualquer motivo é “sempre um absurdo e uma derrota” e pediu um “caminho de paz” para as populações atingidas pela guerra na Ucrânia, apelando para que “sejam respeitados os princípios do direito internacional”. “Espero que haja uma troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia: todos por todos”, ele disse.

O papa ainda lembrou do sofrimento enfrentado pelas crianças afetadas pelos conflitos que atingem o mundo. “Não permitamos que as hostilidades em andamento continuem a afetar seriamente a população civil, já exausta, especialmente as crianças.”

Preocupações com a saúde

A aparição de Francisco para a benção Urbi et Orbi (À cidade e ao mundo) acalmou os rumores sobre o estado de saúde do Papa. Na Sexta-Feira Santa, ele faltou à tradicional procissão da Via Sacra, no Coliseu de Roma. Segundo o Vaticano, a decisão foi tomada de última hora e pelo próprio pontífice “para proteger a sua saúde”.

Embora Francisco também tenha faltado ao evento em 2023 porque estava se recuperando de uma bronquite e era uma noite particularmente fria, a sua decisão de ficar em casa este ano sugeria que os seus planos tinham mudado repentinamente: a cadeira de Francisco estava colocada na plataforma do lado de fora do Coliseu, onde ele presidiria o rito foi removida quando o evento estava prestes a começar. O Vaticano anunciou que Francisco estava acompanhando o evento pela televisão da sua casa na Santa Sé.

O Papa Francisco, que tem hoje 87 anos, teve parte de um pulmão removido quando jovem. Em diferentes ocasiões ele se ausentou de aparições públicas por fatores diversos, citados por ele ou pelo Vaticano, como gripe, bronquite ou resfriado. Nas últimas semanas, ele ocasionalmente pediu a um assessor que lesse em voz alta seus discursos e pulou completamente a homilia do Domingo de Ramos.

Além dos problemas respiratórios, Francisco teve um pedaço do intestino grosso removido em 2021 e foi hospitalizado duas vezes no ano passado – numa delas, para remover cicatrizes intestinais de cirurgias anteriores para tratar diverticulose ou protuberâncias na parede intestinal. Ele usa cadeira de rodas e bengala há mais de um ano por causa de problemas nos ligamentos do joelho.

Nas suas memórias publicadas recentemente, Vida: Minha História Através da História, Francisco disse que não sofre de nenhum problema de saúde que o obrigue a renunciar e que ainda tem “muitos projetos para concretizar”.